Geração Copia e Cola
- fred-rocha
- 10 de set. de 2017
- 2 min de leitura

Que posso dizer...? Nasci na década de '80, tempo em que música inda era sinônimo de Inspiração. Isso resume bem o ainda não dito. E se você é assim tão “caquético” quanto eu, sabe bem do que estou falando:
Quem não se lembra do A-ha, do Tears for Fears, do Michael Jackson; do Stevie Wonder, da Madonna, da Whitney Houston; do Ivan Lins, do Djavan, do Elton John? Enfim... isso é apenas um exemplo. A lista na verdade é interminável. E o pior, talvez, é que mesmo tais artistas, – os ainda ativos –, já não compõem mais como então. Diga-se o mesmo da chamada música gospel, que, com raras exceções, não louva a Deus e nem sequer a melodia...
Não, não é saudosismo ou algo do tipo; é a verdade: de '90 pra cá, a Arte como um todo degringolou – e de um modo sem precedentes. Na literatura, isto vinha já desde o modernismo, onde, – e como quase sempre nos anais dos movimentos –, confundiu-se a modernização com o dane-se! tudo é arte, mesmo a inépcia e a artimanha...
E voltando à música, em especial, – daquela década –, o corriqueiro era o ouvinte deparar-se sempre com uma pérola musical, aqui e ali. As canções eram compostas de dentro para fora, e não o contrário. O que se faz hoje, em geral, é o oposto: transporta-se o vazio exterior para este oco interior predominante. O resultado é o que se escuta e o que se vê.
Infelizmente, – ou felizmente –, Renato Russo não estaria vivo para ver a sua Geração Coca-Cola “cuspir de volta o lixo – de fato – em cima de vocês”... O maior problema dessa geração “revolucionária” é que ela parece não ter entendido bem o seu papel, e nem o recado, e acabou só por escarrar na própria testa – cuspindo lixo a torto e a direito.
Agora, então, vivemos o apogeu da Geração Copia e Cola, que está pouco se lixando pra motins, e quer mesmo é vender mais do que é “vendável”. Desde que o sucesso seja algo garantido e imediato, desde que tudo se resuma a fama breve e explosiva, desde que tudo se converta em dinheiro, – em milhões –, lógico, claro e evidente, que se dane a inspiração! eu quero é lucro, só, e nomeada! Farinha pouca? Eu vo' é me entupí' desse pirão!
À parte todo esse “pirão de peixe podre”, é óbvio, muita coisa boa (excelente) fez-se e ainda se faz. O estro artístico individual não se venceu – ainda – pela massa. Falo obviamente da massificação da porcaria, onde, e com prazer, faz-se e consome-se merda pastosa por Nutella...
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