Reinaldo Azevedo e os ETs
- Fred Rocha
- 6 de jul. de 2016
- 4 min de leitura

Esse título é estranho – eu confesso; esdrúxulo e até um tanto besta. Mas, muito longe de ser algo apelativo, polemista ou oportunista, – como o fazem, aliás, muitos “comentaristas da internet” –, veio, na verdade, bem a calhar. Antes, e acima de tudo, devo dizer que respeito bastante o trabalho do jornalista, radialista e escritor em questão; o qual acompanhava, particularmente por meio do prestigiado (odiado por alguns) programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan. E, bem, esta mesma audiência é o que dera ensejo ao presente post. O Reinaldo é, indubitavelmente, um homem culto, inteligente, esclarecido, que lança mão da oratória e do bom senso como poucos no meio político-jornalístico. Diria até que, politicamente falando, pelo menos, chegaria a louvar boa parte de seus ideais. E não é por menos: são razoáveis e acertados – e isto afora o seu narcisismo intelectual, que tem algo de cômico e tanto quanto de ridículo.
A questão é que, ontem (05/07/2016), em comentário no referido programa, o nosso bom jornalista político deu-se a cometer um erro incorrido por muitos homens sérios e inteligentes, como ele: o de medir outros campos do conhecimento tomando como base e parâmetro apenas aqueles os quais dominam. E, no caso, incorrera no erro de dizer, em se referindo a uma “teoria conspiratória”: “Qual é a grande evidência de que existem seres extraterrestres? O fato de não haver evidência nenhuma. Sabe por quê? Eles dizem: Eles escondem… Então pronto: como não tem evidência, então tem!” Segundo ele, no que eu concordo em gênero, número e grau, “esta é a lógica do maluco”. Porém ignora o fato de que, à parte o seu notório desconhecimento sobre o assunto, desconhece, concomitantemente, esta sua própria ignorância. E, esta, se por um lado é reprovável, dada a sua posição de formador de opinião, – e tão influente, como é –, por outro lhe confere algo como um habeas corpus moral: por divina Providência ou por sua própria natureza, – pedante ou singela –, a ingenuidade, ela se autoadvoga.
Ao que parece, Jesus fora quem inaugurou esta cristã jurisprudência, quando disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”. (Luc. 23:34) Já eu diria que, em virtude desta sua mesma posição, o que é de fato um erro, torna-se quase um “pecado”. Ora, ninguém sabe de tudo! e isso é bom. Mas é preciso saber ao menos do que se fala, seja em política, seja em direito, seja mesmo quando o assunto é a tão ridicularizada (equívoca e erroneamente) ufologia… Contudo, como disse anteriormente, este não é um erro apenas do Reinaldo Azevedo. Antes dele, – e talvez ainda o faça com orgulho –, prestou-se a este desfavor o renomado físico e astrônomo Marcelo Gleiser, por exemplo; igualmente, a prof.ª Mirian Pastorizi, doutora em astronomia da UFRGS e pesquisadora do CNPq. Estes, dentre muitos outros, deram-se, não obstante, à vitória fácil do desdém ou da negação: ao riso sardônico que deforma os pretensiosos lábios dos presunçosos… Nada mais comum ao orgulho humano.
Sim! coloquemos os pingos nos is: assim como a ufologia não desempenha o papel que cabe à astronomia, por que raios um jornalista acharia de entender mais sobre o campo de estudos que compete ao ufólogo? Este, todavia, segundo a sua formação e competência, pode também exercer aquela e aqueloutra função, e bem como nada impede que a recíproca seja igualmente verdadeira. No entanto, e para não irmos muito a fundo e sem sair do nosso próprio território, vide apenas três de nossos casos mais emblemáticos: a então denominada Operação Prato, ocorrida (supostamente apenas) entre os meses de outubro e dezembro de 1977; a bem conhecida Noite Oficial dos Óvnis, que se deu a 19 de maio de 1986; e o muito vulgarmente afamado Caso Varginha, ocorrido em 20 de janeiro de 1996. Item, os relatórios e documentos oficiais produzidos e liberados (ora parcialmente ora na íntegra) pelos próprios integrantes das nossas Forças Armadas. Se isso não é algo, no mínimo curioso e relevante, eu já não sei mais o que seria…
Pesquisando-se tão-somente (a fundo, com seriedade) estes três casos formidáveis, seria já o suficiente para se mudar radicalmente de opinião. Vez que a grande maioria dos desinformados sobre a questão ignora igualmente o fato de que a ufologia (bem entendida), bem longe de ser uma “religião alienígena” ou uma “crença extraterrena”, é um campo de estudo e de pesquisa que se utiliza do método científico: da investigação in loco, de perícia técnica e de instrumentos científicos que lhe permitam lograr resultados observáveis, mensuráveis, factíveis. É claro que existem alguns muitos ufólogos “charlatões”, e tanto quanto há canalhas incompetentes supostamente exercendo este ou aquele cargo ou função: o jornalismo, por exemplo... Bom, e é o que, – muito infelizmente –, só faz alimentar esse descrédito. Mas em tudo há que se separar o joio do trigo: o falso do verdadeiro, o engano da verdade, a especulação do fato, o mito da realidade. Logo, no que tange à questão vida inteligente (avançada) além da Terra, isto não seria diferente.
E para não nos limitarmos a essa terra onde em se plantando, tudo dá, e na qual a “loucura” é tão mais digna de deslustre e de chacota, façamos aqui um brevíssimo adendo: Chile, Peru, Uruguai, Equador, Argentina, Espanha, França, Bélgica, Rússia, entre outros; o que têm em comum estes países? Todos já admitiram e, quando não pesquisam em caráter oficial, falam abertamente sobre a questão Ufos e os pejorativamente alcunhados ETs. Chegar à compreensão de que não estamos sós neste Universo e de que o homem jamais esteve no centro “heliocêntrico” da moral e do intelecto, é o degrau a partir do qual será dado o grande passo para a nossa infante humanidade. “E, no entanto, ela se move…” #ProntoFalei
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