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"Não babam olhos por diamantes ignotos, mas, com prazer, relustram-se as joias de renome". Fred Rocha

– Capítulo 23 –

  • Fred Rocha
  • 28 de jan. de 2017
  • 8 min de leitura

No texto de hoje, e dando continuidade ao tema abordado no anterior, trago na verdade um dos capítulos do romance S-4 e a Terra dos Sonhos (de minha autoria). Neste capítulo, por sinal, não há narrativa alguma; há, sim, uma ligeira abordagem sobre o histórico de toda a casuística ufológica ao longo dos anos, e desde o seu grande aumento e notoriedade a partir do fim da década de ‘40, especialmente após o famoso Caso Roswell. “Ligeira”, digo, vez que do contrário, e assim como afirmo no próprio capítulo, “me seria preciso converter este livro em uma extensa enciclopédia ufológica”. O tema é vasto, fascinante, e o referido trecho é um tanto quanto extenso, mas creio que valerá a todo leitor interessado no assunto, seja ele um mero curioso ou um pesquisador amador (como é o meu caso). Boa leitura e um forte abraço! ^^

"Pós este dia, passei então a lucubrar profundamente sobre tudo o que vim de constatar na S-4. E embora não me pudesse crer de todo, já então não poderia me descrer. Em não podendo afiançar dos meus sentidos, tão mais de minha visão, fator e parte essencial de meu trabalho, não poderia hipotecar senão minha própria sanidade; e, esta, – e se me vale ainda o raciocínio –, cedo ao menos ao penhor da boa-fé... Por esta mesma é que, – não sendo lá nenhum frequentador de bibliotecas –, usei o computador da companhia (a Diamond Thrust) a fim de pesquisar de um tudo sobre o assunto e suas vertentes; e, ademais, tudo o mais que me fora então possível. Confesso que – até então – era um daqueles leitores que, por ironia, só leem quando lhes falta a energia: pegava um livro como em último recurso, isto é, somente quando já não tinha luz elétrica... Para tanto, usava as horas vagas, e por vários dias deixei de lado o almoço a empenhar ainda mais afinco em meu exame. Emagreci pois em razão desta minha fome de saber – e o que é, de fato, outra ironia. Afora isto, devorava tudo o que àquele referisse.

"O ano era o de 1988; e em meados de dezembro deu-se esta minha pesquisa. A internet, em suma, era ainda um advento (e inda no que era a NSFNET¹). Fosse hoje, com o fácil acesso a documentos e arquivos, – quando não omitidos –, e assim tão abrangente e em larga escala, eu seria um expert no assunto! Por um lado, vi não mais que um amontoado de sandices e bobagens, coisa ora de idiotas ociosos ou de tresloucados ora; e o que só me valeria ao desânimo e mesmo ao meu arrependimento. Mas, por outro lado, outros dados mais eu pude ver que, indubitavelmente, poriam em xeque as bases da religião, da história e da ciência – da sociedade bem entendida! E façamos aqui uma breve (brevíssima) incursão nesta matéria, vez que não quero enfadar o meu leitor. Sabemos bem o quanto a relevância pode vir a se fazer aborrecível, quando então a frivolidade é o que bem mais nos atrai e entretém.

"Pois, bem; o caso Roswell é, sem dúvida, um daqueles; e se lhe assevera o seu acobertamento posterior, que fora talvez tão extraordinário quanto o próprio evento em si. E é, entretanto, apenas o mais célebre dentre outros tantos, similares, ou ainda mais excepcionais... Mas é no mínimo estranho e duvidoso, que, após se confirmar a queda e resgate de um óvni, – e pela Força Aérea Americana! –, esta mesma informação fosse negada e desmentida, outrossim, por um mesmo comunicado oficial do nosso Exército... Ora, e em favor da retificação sobre o que seria um balão meteorológico!? Não há que se esperar nem que se crer que oficiais treinados das Forças Armadas confundam acaso um mero isto com uma espaçonave de outro mundo... Neste caso, mais vale a afirmação das testemunhas. Tão mais de testemunhas oculares, como a de Mac Brazel, proprietário do rancho onde caíra a espaçonave, e do major Jesse Marcel. Brazel, bem como outras testemunhas, fora ameaçado e coagido a jurar sigilo... e por conta de um balão meteorológico, claro...!

"“The Battle of L.A.”, na Califórnia, a fevereiro de 1942, fora outro caso bem marcante: não bastasse o massivo avistamento sobre a cidade, ao longo da costa do Pacífico, em Santa Monica, o fogo aéreo – inútil – realizado contra os óvnis, serve, não obstante, a reafirmar a importância do episódio. Em julho de 1952, – durante semanas! –, Washington sofreu diversos avistamentos; e isto por civis e militares – fora capa do The New York Times! O Projeto Blue Book, iniciado neste mesmo ano e encerrado no início dos anos '70, revelou-se não mais que uma fraude grotesca levada a cabo com o fim tão-só de desacreditar, encobrir e ridicularizar toda e qualquer manifestação ufológica. E isto mesmo asseverou, – posteriormente –, o então cientista conselheiro da Força Aérea, o astrônomo Allen Hynek, diretamente envolvido no projeto. Coisa muito semelhante se deu ao ex-assessor do Ministério da Defesa da Grã Bretanha, Nick Pope, que iniciou os seus trabalhos totalmente incrédulo do fenômeno e acabou se “convertendo” num dos mais destacados e ativos ufólogos a que se tem notícia.

"O que dizer da fala do então pres. Harry Truman, quando em afirmar, após indagado a respeito do assunto “óvnis”, em entrevista coletiva: “Sim, nós discutimos isso a cada reunião que temos com os militares; mas eles nunca puderam produzir um relatório completo sobre o que veem. Não tenho nada a declarar sobre esse assunto. Isso acontece o tempo todo: discos voadores e outras coisas, sabe?” Ora, vê-se bem que a negação e o acobertamento foram então bem posteriores à assertiva... Diz-se, – e alguns oficiais assaz respeitáveis o asseveram –, que o pres. Eisenhower presidiu e mediou, em 1954, uma conferência ultrassecreta envolvendo o mais alto escalão do governo e das Forças Armadas e entidades alienígenas. Ao que parece, era o que fazia o Sr. Dwight quando de sua suposta viagem de férias em Palm Springs... E, bem, isto mesmo assegura, por exemplo, um ex-assessor presidencial dos EUA, Timothy Good; que afirma, aliás, que isto ocorreu em verdade por três vezes, e com duas raças de entidades bem distintas. Supostamente negociavam sua permanência e experimentos em troca do sigilo e de algumas tecnologias. Demais que entidades mais benfazejas que diplomáticas sempre nos teriam alertado sobre os perigos do emprego da energia nuclear, especialmente para fins bélicos. Venceu, obviamente, o interesse raso e vão de “nossos líderes”...

"Saindo do campo da especulação ou do questionável, em pronunciamento, a 8 de outubro de 1955, o general Douglas McArthur alertava não só sobre a vida extraterrestre, mas também sobre uma possível guerra interplanetária porvindoura... Seria este homem acaso um louco ou um lunático, ou teria ele, – ao menos a seu ver –, razões bem firmes para o alerta? Falamos aqui de um general, meu Deus do céu! e não de um “soldadinho de chumbo” qualquer. Decerto que a milícia, e por mais alta que seja a sua patente, não exime um homem da loucura; porém prefiro crer que confiamos a segurança da nação aos encargos de homens sãos ou, no mínimo, razoáveis – Bush filho (e pai) à parte, é claro... Ronald Reagan, em plena reunião oficial da ONU, em 1985, também viria a tocar explicitamente no assunto. Há de haver ao menos alguma veracidade contida nos relatos do (respeitadíssimo) tenente-coronel Philip Corso; que disse o seguinte, no ano de 1997: “(...) Quando a verdade sobre a intervenção alienígena nos assuntos do nosso planeta e sobre o nosso contato com uma cultura alienígena forem finalmente revelados, isso não será tão assustador assim. Entretanto, será um choque”. Astronautas como Gordon Cooper e Edgar Mitchell, por exemplo, seriam todos vítimas do mal do espaço...? E que não se despreze, também, a asserção de inúmeros civis, bem como eu, e tal qual a que hora faço.

"Demais que há ainda os crop circles, especialmente os ocorridos na Inglaterra. Nada mais explica a formação repente e perfeita destas fantásticas mandalas, e enormes – por vezes, colossais! Destaco, certamente, o “círculo” encontrado bem próximo ao radiotelescópio em Chilbolton, em 2001. Conhecido como a “réplica de Arecibo”, este crop circle é claramente uma resposta à mensagem enviada, em 1974, pelo SETI². Item, o surgido em Winchester, no ano seguinte, e que trazia a seguinte mensagem em código binário – decodificada em inglês: “Cuidado com os portadores de falsos presentes e suas promessas quebradas. Muita dor, mas ainda há tempo. Existe bondade lá fora. Nós nos opomos ao engano. Encerramento do canal – som de sinos (Significando o encerramento da mensagem e – talvez – que dobram já os sinos d’outra era)”.

"Pois, bem; não bastasse isto, destaco ainda três casos formidáveis de abdução: o de um brasileiro, o Sr. Artur Berlet, a 14 de maio de 1958; o de um nosso conterrâneo, o então lenhador, Travis Walton, a 5 de novembro de 1975; e o de um chileno, o cabo Armando Valdez, a 25 de abril de 1977. Berlet fora, – segundo o seu relato –, recolhido a um planeta chamado Acart, e sua viagem duraria em torno de 38h; todavia o seu sumiço deu-se em um período de onze dias...! Walton, ao que se constatou, – e ao que parcialmente narra o filme Fire in the Sky, baseado em seu livro –, fora abduzido por um óvni na Floresta Nacional de Apache-Sitgreaves, no Arizona, e sob as vistas de seus companheiros de trabalho...! Reaparecendo apenas após cinco dias de intensas buscas e em meio a muitas suspeitas e especulações. Valdez, – segundo consta –, esvaneceu durante tão-só alguns instantes; contudo, em retornar, – muito assombrado –, reapareceu com a barba cheia (estando imberbe há pouco) e o seu relógio adiantado em cinco dias...

"No mais, suprimo as experiências dos senhores George Adamski, Howard Menger e Juan Maldonado; e não por ociosas, mas por serem tão demasiadamente curiosas, que me seria preciso converter este livro em uma extensa enciclopédia ufológica – e salvo, é claro, por uma e outra discrepância. E isto afora os arquivos (escusos) da NASA, que sem incorrer em erro algum, pode-se dizer seguramente que abarcam mesmo a casa dos milhares. E por que não dizer, dos milhões? haja vista que a NASA, desde a sua fundação, receba inúmeros dados e imagens, – em tempo real e 24h por dia –, e seja a instituição mais bem informada no que tange a este assunto. Decerto, meu leitor, o que a NASA anuncia ver em anos, já o sabe de antemão há algumas décadas...

"Ora, e isto ao lado, talvez, do próprio Vaticano... Assim é que, pós um encontro bastante inusitado, em julho de 1961, o papa João XXIII teria muito mais a nos dizer quando ao falar a quem o acompanhava (seu assistente, o então monsenhor, Loris Capovilla, que presenciou o ocorrido e o narrou posteriormente): “Os filhos de Deus estão por toda parte. Algumas vezes, temos dificuldade em reconhecer nossos próprios irmãos”... E o que dizer sobre a última “Aparição de Fátima”, na Cova da Iria, Portugal? particularmente, sobre o então chamado “Milagre do Sol”? Não é preciso muita análise para, – descartados desde já qualquer mero fenômeno meteorológico ou supostamente miraculoso –, inferir-se dele u'a manifestação evidentemente ufológica. Por sinal, durante a crise dos mísseis de Cuba, ocorrida em plena Guerra Fria, a outubro de 1962, não fosse a intervenção deste mesmo João XXIII, – haja vista o Terceiro segredo de Fátima –, e a sensatez d’um John F. Kennedy, obviamente, quiçá tivéssemos antecipado o “Armagedom”...

"Outras coisas mais (boas e más) eu pude ver, e, porém, que as omito, vez que não caiba à narrativa. Meu leitor, isto ocorre há milênios, – desde as eras mais remotas –, e vem sendo relatado, igualmente, pelos séculos dos séculos, desde então, pois através das tradições da oralidade e dos textos sagrados de vários povos, tribos e nações... E que não se ignorem os petróglifos! Logo, deixemos de minúcias e tornemos ao enredo. No entanto, é no mínimo curioso e, supinamente irônico, que os nossos deuses todos (ou, os semeadores da civilização) tenham vindo invariavelmente dos céus, ou, das estrelas..."


1. National Science Foundation Network.

2. Sigla em inglês para “Busca por Inteligência Extraterrestre” – Search for Extraterrestrial Intelligence. O SETI tem por objetivo a busca por vida inteligente além da Terra.

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